Há alguns dias, lemos essa historinha em sala de aula. Ela faz parte do "Meu livro de folclore" de Ricardo Azevedo. Quem curtiu, agora pode ler para seus pais, irmãos, tios e avós. Afinal, boas histórias a gente compartilha!
Os três namorados da princesa
Era uma vez uma princesa mais linda do que as flores, os raios de
sol e as pedras preciosas. A moça morava num castelo e passava o dia brincando,
cantando e encantando a todos com seu perfume e sua alegria de viver.
Certo dia, três príncipes bateram na porta do castelo. Precisavam falar
com o rei. Estavam perdidamente apaixonados. Queriam pedir a mão da princesa em
casamento.
O rei simpatizou com os rapazes, mandou-os entrar e apresentou a
eles sua linda filha.
A moça admirou os rapazes. O primeiro era loiro e alto. O
segundo, moreno e sorridente. O último era pequeno e possuía um par de olhos
brilhantes. Os três eram bonitos. Os três pareciam bons, honestos e
trabalhadores.
A princesa foi sincera:
- Não consigo escolher entre tão galantes e nobres pretendentes,
mas tenho uma proposta a fazer. Casarei com aquele que me trouxer o presente
mais raro.
Os três aceitaram o desafio na hora. Fariam tudo para ter aquela
princesa como sua esposa. Despediram-se do rei, abraçaram-se e partiram, cada
qual para o seu lado, marcando, para daí a um mês, um encontro numa
encruzilhada.
O príncipe alto e louro atravessou as montanhas mais íngremes,
enfrentou despenhadeiros, precipícios e, chegando num reino distante, acabou
encontrando e adquirindo, em sua opinião, a melhor prenda do mundo: um tapete
voador para levar as pessoas aonde quisessem ir.
O rapaz ficou feliz. Achava impossível os outros dois conseguirem
presente tão maravilhoso assim.
O príncipe moreno e sorridente pegou um navio, navegou oceanos,
enfrentou as ondas e tempestades do mar e, chegando num reino distante, acabou
encontrando e adquirindo, em sua opinião, a melhor prenda do mundo: um espelho
mágico que conseguia enxergar as pessoas que estavam longe.
O rapaz ficou feliz. Achava impossível os outros dois conseguirem
um presente tão maravilhoso assim.
O príncipe pequeno, com um par de olhos brilhantes, atravessou as
florestas mais inóspitas, enfrentou feras e povos selvagens e, chegando num
reino distante, acabou encontrando e adquirindo , em sua opinião, a melhor
prenda do mundo: uma maçã mágica que com seu perfume fazia mortos voltarem à
vida.
O rapaz ficou feliz. Achava impossível os outros dois conseguirem
um presente tão maravilhoso assim.
O mês passou num instante.
No dia marcado, os três príncipes encontraram-se na encruzilhada,
conforme o combinado.
O primeiro, mostrando o tapete mágico, afirmou que havia
conseguido o melhor presente.
O segundo, puxou o espelho mágico de um saco, garantindo que o
dele, sim, era o melhor.
O terceiro tirou a maçã mágica do bolso e jurou que o seu era
melhor ainda.
Vamos deixar para a princesa decidir - disseram os três.
Como estavam cheios de saudade, resolveram pegar o espelho mágico
e espiar. Queriam saber como a princesa estava.
Descobriram que a pobre moça havia morrido. A imagem da menina
apareceu trágica no fundo do espelho. Lá estava ela, pálida e imóvel, deitada
numa cama. Em volta, os médicos balançavam a cabeça. Num canto, o rei chorava
em silêncio.
- Não pode ser! - gritou o príncipe loiro.
- Isso nunca! - gritou o príncipe moreno.
- É impossível! - gritou o príncipe de olhos brilhantes.
Enlouquecidos de susto e de dor, os três enamorados montaram no tapete
mágico e partiram a galope pelos ares, rumo ao castelo onde morava seu amor.
Encontraram um ambiente cinzento de tristeza e luto.
Saltando do tapete, o príncipe pequeno, de olhos brilhantes,
subiu as escadas, correu para o quarto, arrancou a maçã mágica do bolso e,
aflito, colocou embaixo do nariz da moça.
Maravilha das maravilhas!
Um vento de vida soprou de repente. As cores enfeitaram o rosto
da princesa. Um sorriso suave desenhou-se em seus lábios. E a moça, abrindo os
olhos, sentou-se na cama.
Os médicos não conseguiam entender, nem explicar, nem acreditar.
Os nobres e o povo aplaudiam.
O rei chorou abraçado aos três príncipes enamorados.
Sua filha estava curada. Seu tesouro mais fabuloso, são e salvo.
Mas, e agora, com qual dos três a moça iria se casar?
O príncipe moreno e sorridente argumentou que só podia ser com
ele.
- Se não fosse meu espelho mágico, nenhum de nós saberia da morte
da princesa.
O príncipe loiro de olhos azuis discordou confiante.
- Se não fosse meu tapete mágico, não daria tempo para voltar e
salvar a princesa.
- E minha maravilhosa maçã mágica? - gritou entusiasmado o
príncipe pequeno de olhos brilhantes. - Foi ela que, de verdade, devolveu a
vida à linda princesa!
Os nobres do povo ficaram confusos.
O rei coçou suas longas barbas brancas.
A princesa aproximou-se dos três enamorados:
- Devo minha vida a vocês - disse ela. - Seus presentes foram os
mais extraordinários que jamais recebi na vida. São três presentes únicos. Não
existe um melhor entre eles, por isso é impossível fazer uma escolha justa.
E, emocionada, a princesa concluiu:
- Queria poder casar com os três. Vocês são as pessoas mais
valentes e amorosas que conheci. Como não consigo nem posso escolher, tenho uma
ideia. Não vou casar com nenhum. Ficaremos sempre juntos. Seremos isso sim, os
quatro, pelo resto da vida, os melhores companheiros, os mais nobres camaradas,
os maiores amigos que jamais existiram.
Uma grande festa foi realizada comemorando a saúde da princesa.
Uma grande festa foi realizada selando aquela amizade preciosa.
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